Tomar a decisão de morar na China não é simples, e mesmo depois de algum tempo por aqui continuei muito curioso em saber o motivo dos demais estrangeiros para se mudarem para cá. Descobri que em Tianjin, a maioria são estudantes de mandarin ou jovens professores que antes de se iniciar no mundo profissional decidiram encarar essa experiência de ensinar sua língua nativa.
O que me chamou a atenção, porém, foi perceber que uma boa parte desses estrangeiros ocidentais veio ao país através de alguma organização religiosa, em sua maioria cristã. E após algumas conversas percebi que somado ao interesse em desenvolver as atividades às quais tais organizações se propõem, há sim um grande interesse em disseminar o cristianismo na China. São cristãos motivados pelas suas organizações a desembarcar nesse país levando junto às suas habilidades a idéia de salvar os chineses, em grande parte obrigados a abandonar qualquer religião após a Revolução Cultural.
Enquanto cristãos enxergam essa oportunidade, a população chinesa olha com muito entusiasmo a possibilidade de ter contato em sala de aula com estrangeiros para aperfeiçoar ainda mais seus estudos, sejam da língua inglesa, alemã, ou até de futebol (um dos raros brasileiros que mora aqui é professor de futebol, também cristão e no primeiro contato que tivemos fez um discurso sobre a importância da conversão de qualquer ser humano). Aqueles que vêm ao país acompanhados destes ideais não deixam, mesmo ao exercer suas atividades profissionais, de pregar seu evangelho. Já tive contato com alguns alunos deles e realmente há o incentivo para a leitura do Novo Testamento e para a aceitação de Cristo.
Com o controle rigoroso de qualquer religião na década de 60, a geração que era jovem na época cresceu sem acreditar numa força superior aos discursos de seus líderes. Esse sentimento foi passado adiante e a geração seguinte, mesmo convivendo com um contínuo processo de abertura, também o carrega consigo. Hoje, a liberdade de culto e religião já existe em boa medida, ainda que continue controlada de perto pelo governo que indica os líderes à sua escolha. É este controle minucioso que garante que algumas organizações religiosas internacionais não possam autorizar a entrada de chineses em suas cerimônias, chegando ao extremo de exigir o passaporte dos que pretendem participar do culto. Também não é permitida oficialmente a vinda de missionários, fazendo com que estes se apresentem às autoridades chinesas com outra profissão.
Além de privada do direito de escolher e se orientar por uma crença religiosa, a população chinesa esteve, por muito tempo, distante do mundo que a rodeava. Qualquer estrangeiro que viesse à China num certo período da revolução era acompanhado e suas visitas monitoradas. Este período parece ter deixado de herança aos chineses certa fragilidade análoga à falta de anticorpos diante um possível novo contato com os estrangeiros.
A presença de estrangeiros e a maior proximidade com a comunidade internacional vêm se tornando cada vez mais freqüentes e, ao meu ver, tende a aumentar sistematicamente com a abertura econômica estabelecida desde o fim da década de 70.
Somando isso ao fato de o número de cristãos hoje na China já representar significativos 7% de toda a população, algo próximo de cem milhões, torna-se evidente a eficiência dos movimentos cristãos. Cabe ressaltar que a maior parte da estrutura do cristianismo na China é composto por chineses e seu crescimento não está diretamente vinculado à vinda de estrangeiros cristãos. Porém, é interessante observar a determinação de muitos religiosos do mundo todo em vir pra cá, tendo que readaptar sua forma de agir para alcançar seus objetivos num país tão diferente como a China.
Conclui-se, portanto, que se trata de um lugar onde há diversas restrições a movimentos religiosos, mas tais limites possuem arestas flexíveis que podem ser remodeladas mediante empenho e o desenvolvimento de estratégias criativas para tal.
* Paulo Bitelman é correspondente na China do site "Portal Mundo R.I.".
Oi, sou a Débora, tenho 16 anos,moro em Votorantim(interior do estado de S.P.) Sou da Igreja do Evangelho Quadrangular Eu sou apaixonada por Missões,e tenho justamente chamado para a China. Meu coração treme quando falo em Missões. Mas antes de eu ir para a China, estou fazendo Missões aqui! Fui.....................................
Creio, que esta declaração tão convicta desta jovem, móve o coração de Deus, em prôver tudo o que fôr preciso para que se cumpra. Aleluia!!! \\Pr.Aluisio