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Por que 25 de Dezembro?

Categoria: Arte/Cultura
Postado as 14/01/10 19:39
 
Por:Elesha Coffman

O mês e o dia do nascimento de Cristo tem sido calorosamente disputado através dos séculos.
É muito difícil para nós, norte-americanos, imaginar Maria e José marchando para Belém em meio a nada mais que, como Christina Roseti memoravelmente descreveu "o desolador meio-inverno" cercado de "neve sobre neve sobre neve". Para nós, o natal e dezembro são inseparáveis. Mas para os três primeiros séculos do cristianismo, o natal não era em dezembro – ou em lugar algum do calendário.

Se observarmos bem, a celebração do nascimento de Cristo era, geralmente, junto com Epifânia (06 de janeiro), umas das primeiras festas estabelecidas pela igreja. Alguns líderes da igreja até mesmo se opuseram à idéia da celebração do nascimento de Cristo. Origen (do ano 185 a 254) pregava que seria errado honrar a Cristo da mesma maneira que Faraó e Herodes foram honrados. Aniversários eram para deuses pagãos.

Nem todos os contemporâneos de Origen concordavam que o aniversário de Cristo não deveria ser comemorado, e alguns começaram a especular sobre a data (registros reais foram, aparentemente perdidos). Clemente de Alexandria (do ano 150 a 215) defendia 20 de maio, mas notou que outros sugeriam 18 de abril, 19 de abril e 28 de maio. Hippolytus (do ano 170 a 236) venceu com 02 de janeiro. Dezessete de novembro, 20 de novembro e 25 de março também tinham defensores. Um tratado latino escrito por volta do ano 243, fixou 21 de março era o que acreditava ser a data na qual Deus criou o sol. Policarpo (do ano 69 a 155) tinha seguido a mesma linha de raciocínio para concluir que, tanto o nascimento quanto o batismo de Cristo aconteceram, muito provavelmente, numa quarta-feira, porque o sol foi criado no quarto dia.

A escolha final de 25 de dezembro, feita talvez por volta do ano 273, reflete uma convergência das preocupações de Origen sobre os deuses pagãos e a identificação da igreja do filho de Deus com o sol celestial. Vinte e cinco de dezembro hospeda dois outros eventos relativos: natalis solis invicti (o romano "nascimento do sol invicto") e o aniversário de Mithras, o iraniano "Sol da Justiça", cujo culto era popular entre os soldados romanos. O solstício de inverno, outra celebração ao sol, caiu apenas alguns dias antes. Vendo que os pagãos já estavam exaltando deuses com alguns paralelos à verdadeira divindade, os líderes da igreja decidiram tomar a data e introduzir uma nova festa.

Os cristãos ocidentais celebraram o primeiro natal em 25 de dezembro no ano 336, após o imperador Constantino declarar o cristianismo como a religião favorita do império. As igrejas orientais, no entanto, mantiveram 06 de janeiro como a data do nascimento de Cristo e de seu batismo. A maioria dos orientais eventualmente adotava 25 de dezembro, celebrando o nascimento de Cristo numa data mais cedo e o batismo mais tarde, mas a igreja Armênia celebra seu nascimento em 06 de janeiro. Casualmente, a igreja ocidental celebra Epifânia em 06 de janeiro, mas como sendo a data da chegada dos magos e não como a data do batismo de Cristo.

Outra ruga foi adicionada no século XVI quando o papa Gregório elaborou um novo calendário, o qual foi adotado de forma desigual. Os ortodoxos orientais e alguns protestantes mantiveram o calendário Juliano, que celebrava o natal 13 dias após os seus pares gregorianos. A maior parte – mas não todos – dos cristãos do mundo, agora concorda com o calendário gregoriano e celebra a data de 25 de dezembro.

As origens pagãs para a data do natal, assim como as origens pagãs para muitos costumes do natal (entrega de presentes e a festa romana em homenagem a Saturno; plantas verdes, luzes e caridade do ano novo romano; árvores de natal e várias comidas de festas germânicas) sempre alimentaram argumentos contra a festa. "É apenas paganismo embrulhado com uma reverência cristã", argumentam os contrários. Mas enquanto a reverência ao mundanismo deve ser uma preocupação para os cristãos, a igreja tem, em geral, visto os esforços para a reformulação da cultura – incluindo as festas – de forma positiva. Como afirmou um teólogo no ano 320, "Nós esperamos por este dia santo, não como os pagãos, pelo nascimento do sol, mas por quem o fez".

Elesha Coffman é editora associada de Christian History (História Cristã)
Copyright © 2008 por Christianity Today International
Texto traduzido por Ana Maria Rocha Neveshttp://cristianismohoje.com.br/wp-admin/post-new.php



Fonte: Revista Cristianismo Hoje



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